Diferentemente do que muitos imaginam, as metodologias ágeis podem ser implementadas em diversos projetos e diferentes áreas de atuação. Elas foram inicialmente criadas para coordenar o desenvolvimento softwares, tarefa que se mostrou complexa para ser gerida por uma metodologia tradicional. A partir dessa necessidade, não apenas o conceito de metodologia ágil foi criado, como também seus princípios e valores, disponíveis para todos na página online do Manifesto Ágil.

A grande diferença dos projetos ágeis para os tradicionais não é nem a sua agilidade, apesar de isso ser uma consequência positiva da sua implementação. A ênfase, na verdade, está na autonomia dos envolvidos, na capacidade de organizar cenários complexos, na colaboração do cliente e, principalmente, na liberdade para realizar mudanças ao longo do seu progresso.

Por conta desses diferenciais e das transformações de um mundo cada vez mais digital e complexo, as metodologias ágeis tornaram-se populares. Atualmente, existem diferentes métodos, a exemplo do scrum, do lean, do kanban e dos squads. Cada um possui uma forma de trabalho diferente, mas podem ser aplicados em maior ou menor grau a um projeto, de forma conjunta ou separada. Por isso, o segredo das metodologias ágeis não está na nomenclatura e na definição de seus métodos, mas em saber quando e como aplicá-los ao caso concreto e a projetos específicos.

Metodologias ágeis para a advocacia

A partir da complexidade dos casos que, atualmente, chegam aos escritórios de advocacia, torna-se fundamental implementar uma metodologia de trabalho adequada, que transcenda a mera organização de pastas e documentos que os profissionais estão acostumados. Apesar de sair da zona de conforto, implementar metodologias ágeis em um escritório pode se mostrar favorável quando as demandas são mais longas e se beneficiam de entregas periódicas.

Prova disso é a implementação de métodos ágeis aqui no FCRT, atualmente sendo conduzida pela nossa advogada Amanda Pasqual. Para isso, ela combinou conceitos de scrum, como a divisão de demandas longas em tarefas curtas e apresentações regulares, de kanban, como a visualização em etapas de andamento, e de lean, por meio de um fluxo coordenado entre tarefas, titulares e datas de entregas.

Além do saldo positivo da organização dos projetos e documentos dos clientes, também é possível perceber uma maior agilidade nas entregas das tarefas, a distribuição ordenada das pautas, a melhora na produtividade do escritório e a análise de suas métricas por meio de indicadores consistentes.

Metodologias ágeis para advogados

Com o êxito na implementação desses métodos no FCRT e a experiência prévia como gestora de projetos de marketing digital, Amanda realizou palestra sobre Metodologias Ágeis para a Comissão de Direito Digital e Proteção de Dados (CDDPD) da OAB – Subseção Caxias do Sul/RS.

A palestra ocorreu em 13 de dezembro, na reunião da comissão realizada o auditório da sede da OAB. Dentre os tópicos abordados, destacam-se o contexto histórico da criação das metodologias ágeis, seus princípios e valores, as principais diferenças em relação as metodologias tradicionais e como podem ser utilizadas fora do ambiente da Tecnologia da Informação (TI) e do desenvolvimento de softwares.

Amanda também explicou que não existe método ideal e tampouco modelos específicos para a sua implementação. Cada caso demanda uma análise e uma estratégia própria. Afinal, a criação de metodologias ágeis ocorreu em razão de contextos complexos e, sendo complexos os projetos, suas soluções não podem ser superficiais. O caminho é entender o objetivo principal do projeto e desenvolver/combinar métodos que não prejudiquem suas entregas e facilitem o seu desenvolvimento.