Raphael Di Tommaso é mediador em bate-papo sobre metaverso
Será que a era dos dados vai substituir as pessoas ou vamos conseguir usar a tecnologia como meio e não como fim? Perguntas como essa foram levantadas no bate-papo que aconteceu no Plenário da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, em evento promovido pela Frente Parlamentar para Startups, Empreendedorismo Inovador e Proteção de Dados, dia 1º de agosto.
Partindo do metaverso como tema principal e contando com a mediação do nosso sócio Raphael Di Tommaso, os convidados apresentaram diferentes aspectos desse ambiente que está chamando a atenção, não só das pessoas, como também de empresas e, principalmente, investidores.
O Presidente da Frente Parlamentar, vereador Maurício Scalco, abriu e encerrou o evento, que foi transmitido pelo canal de televisão e pelas redes sociais da Câmara de Caxias do Sul, disponível na íntegra neste link.
O que podemos aproveitar do metaverso?
Trazendo o fator humano para o debate, o convidado Pedro Bocchese, professor de Metaverso e Tecnologias Disruptivas e representante da Núcleo Sistemas, apresentou as principais características desse universo e a possibilidade de aliar essa nova tecnologia a diversas profissões. O professor ainda apontou exemplos que já unem o físico ao digital, como a Nikeland, e que combinam avatares, criptomoedas e blockchain, a exemplo do jogo Fortnite.
Pedro também comentou sobre a interoperabilidade como principal problema a ser enfrentado quando falamos de metaverso, ressaltando, porém, que sua solução não está em um futuro tão distante, já que os recursos tecnológicos estão surgindo com uma maior velocidade.
O que podemos negociar no metaverso?
Pablo Luiz Barros Perez, advogado e professor de Direito Empresarial, abordou o metaverso como meio para negociações, evidenciando que inúmeros negócios já estão acontecendo no mundo virtual. Para tanto, utilizam-se ativos digitais protegidos por blockchain, um tipo de tecnologia de contabilidade distribuída (DLT). Tal qual um livro de registros, isso permite a transação entre duas pessoas por meio da internet, sem que haja um terceiro intermediador.
Ainda em sua fala, o professor ressaltou que, transformando o ativo físico em uma representação digital – tokenização de ativos – o ganho de eficiência é evidente, pois as partes poderão firmar negócios com liberdade, em smart contracts. Dentre os benefícios dessa negociação estão a autorregulação, a descentralização e a criação de tribunais arbitrais para solucionar conflitos, utilizando o próprio metaverso.
Como podemos investir no metaverso?
Trazendo o lado do investidor, André Tessari, sócio-diretor da Meta4Chain Soluções para Metaverso, afirmou que estamos diante de uma tecnologia disruptiva e sem volta, em amplo crescimento e com tendência de agregar valor e facilidades às nossas vidas. Para reforçar esse argumento, o investidor trouxe dados interessantes, como a redução de 80% nas devoluções dos produtos em compras usando a experiência aumentada, além de estudos mostrando que, em 4 anos, cerca de ¼ da população terá acesso ao metaverso por, pelo menos, 1 hora diária.
Nesse sentido, e a partir da ideia de desmaterialização das coisas, a experiência do usuário pode se tornar mais imersiva, interativa, sensorial, assertiva e segura, motivo que só reforça o investimento no metaverso como um mercado em expansão.
Como startups podem captar investimentos no metaverso?
Para encerrar o evento, além de reforçar questões levantadas pelos demais convidados, como o equilíbrio das futuras regulações envolvendo metaverso, criptomoedas e demais tecnologias vindouras, Nathalia Martins trouxe informações importantes sobre a captação de investimentos nesse mundo virtual.
De acordo com a advogada e empresária, para startups, que são empresas normalmente relacionadas ao metaverso, os investimentos devem passar pelas seguintes fases: FFF (family, friends, fools), investidor-anjo, venture capital, Seed, série A, série B, e assim por diante. No entanto, o mais relevante para a captação de valores é a organização interna da startup.
Ou seja, de nada adianta captar e trazer investidores para o seu negócio, se ele não possuir um contrato de sócios bem definido, smart contracts bem desenhados, uma governança bem estruturada, entre outros aspectos que trazem segurança e confiança ao investidor.